terça-feira, 24 de junho de 2014

Momento Poema:

Imaginação

Tantos lugares, estados de consciência, infinitos eus
Idealizados seres mais vivos que sua própria fonte criadora
As mais deliciosas aventuras, as mais frenéticas buscas
Os mais deliciosos e heróicos e até por que não poéticos pensamentos
Viver-se mil anos em mil segundos
Ir a onde tudo é encantadoramente impossível e até platônico
Um doce mel abstrato
Um veludo imaginário
Um remédio tão bom que nem o ouro é capaz de comprar
Triste do homem que não a tem
Feliz do homem que a possui.


Momento Poema:

Tenho Medo

De morrer, sem ter vivido
De desaparecer, sem ter existido
De ser escuridão, sem nunca ter sido luz
De ser nada, sem ter sido tudo
De ser esquecimento, sem ter sido lembrança
De ter medo, sem ter tido coragem
De ter deixado nada, sem ter deixado algo
De ter merecimento, sem nunca o ter merecido
De ser, o que nunca fui
De ter, o que nunca tive
De ver, o que nunca vi
De entender, o que nunca entendi
Tenho medo do medo que tenho de ter medo
Tenho medo do medo
E talvez o meu maior medo, eu tenha de mim.

Momento Poema:

Doses
Que eu sinta ódio, mas também o amor
Que eu perca a doçura, mas só um pouquinho
Que eu me conforme, mas só às vezes
Que eu grite, mas que seja de vez em quando
Que eu enlouqueça, mas só por alguns momentos
Que eu chore, mas não por tudo
Que eu lute, mas saiba à hora de parar
Que eu tenha o olhar de uma criança, a flexibilidade de um jovem e a sabedoria de uma pessoa mais velha
Que eu desacredite, mas que seja só um pouquinho
Que eu desista, mas que seja por um ou dois dias
Que eu chore, ame, viva, e se eu nunca conseguir, pelo menos que eu tente.
Que eu seja tudo, menos o que mais odeio.